Impactos da Reforma: 502 anos do resgate da Palavra de Deus.


Hoje comemoramos 502 anos pela passagem da Reforma Protestante. Dia em que o monge alemão, Matinho Lutero, fixou na porta da Catedral de Wittenberg, as famosas teses contra a prática da Igreja. A história já é muito conhecida da igreja e todos já sabemos, nem que seja o mínimo, desse marco na história. “Post tenebras, lux”. A luz de velas, Deus trouxe luz a mente humana, em meio da escuridão,  Soli Deo Gloria. Mas quero refletir hoje, sobre o que considero a maior herança da Reforma para nossos dias: o resgate da Palavra de Deus.

Não podemos deixar de registrar também que a Reforma impactou a Igreja em muitos aspectos como na vida prática e o culto ao Senhor, no que tange a administração e entendimento das ordenanças (Ceia e Batismo), no culto dedicado ao Senhor, entre outros. Mas na nossa visão, nenhum impacto foi maior para igreja, nenhuma herança é mais importante que o resgate das Sagradas Escrituras. O acesso a Bíblia era restrito ao clero, não era única regra de fé e pratica da Igreja Medieval, era escrita e lida apenas em Latim e poucas eram as pessoas que tinham conhecimento e domínio desse idioma. Também é verdade que a tradição tomou lugar proeminente e a Palavra de Deus não era mais a única, nem a suficiente, muito menos a exclusiva regra de fé e prática, mas dogmas, tradições e tratados conciliares. Por isso, uma das “solas”, pontos que resumem bem o pensamento reformador é a “Sola Scriputra”, ou somente a Escritura é a únca, exclusiva e suficiente regra de fé e prática. Foi através da Palavra que o Senhor resgatou sua igreja. Podemos destacar alguns pontos de nossa ortodoxia que são verdadeiras bênçãos em nossas vidas e que trazem luz a igreja e fazem toda a diferença de como nos relacionamos com Deus, com a igreja, sua palavra e todos os aspectos de nossa vida.

A  Reforma resgatou na Palavra o Sacerdócio Universal (Hb 10:19-21). A Igreja Medieval afirmava que os cristãos necessitável de uma intermediação para chegar a Deus. Esses intermediadores era a própria igreja, seus corpo clerical, os santos e os anjos.

A Reforma resgatou o conceito de pecado (Rm 3:10-23). A  igreja Medieval havia distorcido todo o conceito do pecado. Era tão banal que as indulgências tinham efeito de redimir os pecados. O pecado original e a depravação do ser humano também eram relativizados pela teologia medieval.

A Reforma resgatou a Justificação somente pela Fé (Efesios 2:1-10). A salvação era garantida pela Igreja Medieval através do cumprimento de boas obras. Obedecer o sistema e participar das ordenanças eram meios de garantir salvação.

A Reforma resgatou a autoridade da Palavra de Deus (2 Pe 1:16-21). A igreja Medieval, como afirmamos, já tinha em sua teologia supervalorizado e priorizado a tradição em detrimento da Palavra de Deus. Ante da reforma, a Palavra era simplesmente ignorada, colocada em segundo plano. Um livro perigoso para as massas, e só entendido pelos eruditos da Igreja.

E por fim, A Reforma resgatou a Soberania de Deus (Salmo 24). O sistema da igreja Medieval fundamentado na escolástica de Tomaz de Aquino, tirou totalmente a Soberania de Deus de cena. O conceito pelagiano de Aquino colocou o Livre arbítrio do Homem como central em todo o processo, não apenas na salvação, mas em tudo determinado por Deus para sua igreja.

A partir dessa herança em nossa doutrina, podemos desfrutar das bençãos que a Palavra de Deus nos revela. A benção do sacerdócio nós faz avançar em nossa fé. Pois além de termos livre acesso ao Pai por meio do Filho, temos a palavra de Deus ao nosso alcance todos os dias. Ter o real conceito do pecado e suas implicações em nossas vidas, nos faz valorizar ainda mais a benção da salvação e qual urgente e importante é pregar essa salvação aos perdidos. A justificação pela Fé Somente tira de nós toda qualquer possibilidade de tentar reivindicar alguma glória pra nós mesmos ou de qualquer mecanismo humano. “A salvação pertence ao Senhor”, como diz Jonas 2:9. A palavra de Deus como autoridade sobre a Igreja. Nossa única regra de fé e prática, onde podemos encontrar todas as orientações e o alimento necessário para vivermos aqui enquanto aguardamos a esperança da Glória. Deus é o Senhor Soberano da história, da igreja, de nossas vidas. Sua vontade é Soberana, boa, perfeita e agradável.

Louvamos a Deus pela vida desses homens como Lutero, Calvino, Knox dentre tantos outros. Não podemos esquecer dessa herança, a mensagem da reforma é atual e necessária para nós hoje. Deus nos abençoe!

Lankaster A. Oliveira.
Soli deo Gloria



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